Polícia prende quatro e apreende 900 canários em porta-malas no MS

Um dos suspeitos detido já tinha passagem por tráfico de animais


A Polícia Rodoviária do Mato Grosso do Sul apreendeu, nesta segunda-feira (15), 900 canários peruanos que estavam dentro dos porta-malas de dois veículos parados durante abordagem na cidade de Corumbá. Quatro pessoas foram presas e uma delas, segundo a polícia, já tinha passagem por tráfico de animais silvestres. 

Em depoimento, os suspeitos disseram que vieram da Bolívia e que receberiam R$ 3.000 pelo transporte dos animais. De acordo com os policiais, os presos entraram em contradição em vários momentos do depoimento e, por isso, os investigadores trabalham com a hipótese de que eles próprios venderiam as aves.
Os quatro envolvidos são de Minas Gerais.

Megaoperação de combate ao tráfico deve vir para MS



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Foto: Valdenir Rezende/ Correio do Estado
Reunião aconteceu a portas fechadas no Comando Militar do Oeste

Operação Ágata deve vir para Mato Grosso do Sul e intensificar o combate ao tráfico de drogas, ao contrabando e descaminho de armas e munições, à extração de minerais e madeiras de forma ilegal, ao tráfico de animais silvestres e à biopirataria. Ainda não foi confirmada a data em que a operação será deflagrada.


Desde sexta-feira (5), a operação foi deflagrada na região dos municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira, áreas de fronteira do Amazonas. A operação conta com apoio de 3,5 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica e 35 aeronaves de Caça.
Várias autoridades participaram nesta manhã de uma reunião a portas fechadas no Comando Militar do Oeste (CMO) para discutir sobre o plano estratégico de fronteira. Dentre as autoridades presentes, estavam 10 deputados federais de Mato Grosso do Sul, comandantes do CMO, representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Denar, secretários de segurança pública de Estados que fazem fronteira com países vizinhos e o representante do Ministério da Defesa, coronel Gustavo Luiz Sodré.
O General da brigada do CMO e chefe de operações Valério Stumpf disse que o plano é dividido em 4 ações: integração das forças armadas, criação de melhores condições de trabalho para a polícia e ações de repressão (Sentinela e Ágata). No Estado já foram realizadas 4 operações esporádicas.
O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), que faz parte da comissão de enfrentamento às drogas, disse que eles vão analisar o que já foi feito para o combate desses crimes e o impacto que eles causaram. “Vamos verificar o que é possível fazer. Queremos manter a diplomacia com países vizinhos”, completa.
O coronel Gustavo Sodré disse que para implantar uma operação em algum Estado, primeiramente é necessário realizar um trabalho de inteligência para ver a necessidade, depois é feito um acordo com os países da fronteira e somente após essas etapas que a operação é deflagrada.

Polícia Federal prende seis pessoas acusadas de tráfico de animais.

Foi deflagrada, na manhã desta quarta-feira (10/8) a Operação Arapongas, uma ação integrada entre a Polícia Federal e o Ibama para desarticular uma organização criminosa de tráfico e comércio ilegal de animais em sete Estados. Foram presas seis pessoas.

A investigação aponta que a quadrilha agia comercializando animais por meio de um site na internet, no Brasil e no exterior. O site não tinha autorização do Ibama. Os investigados recebiam encomendas de todo e qualquer tipo de animais, como répteis, anfíbios, mamíferos e pássaros. Esses animais seriam obtidos por meio ilícito, como criadouros irregulares e captura de animais silvestres na natureza. Os locais estão sendo fiscalizados pelo Ibama e serão autuados, de acordo com as irregularidades encontradas. Todos os animais em situação irregular serão apreendidos. Ao todo, a Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Curitiba (PR) expediu seis Mandados de Prisão Temporária e 25 Mandados de Busca e Apreensão. A Operação se desenvolve em São Paulo, no Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Paraíba. 150 policiais federais e 106 fiscais do Ibama participam da ação. Os investigados, na medida de suas atuações, responderão, dentre outros, pelos crimes de tráfico internacional de fauna, tráfico de animais silvestres nativos, estelionato, sonegação fiscal, falsidade ideológica, biopirataria.

Zoo de células-tronco pode salvar espécies ameaçadas de extinção

PARIS

Cientistas americanos informaram ter produzido as primeiras células-tronco de espécies ameaçadas, um avanço que pode salvar dezenas de animais à beira da extinção.


"A melhor forma de lidar com a extinção é preservar espécies e habitats, mas nem sempre isto funciona", explicou, em um comunicado, Oliver Ryder, diretor de genética do Zoológico de San Diego e um dos chefes da pesquisa.
"A tecnologia de células-tronco dá algum nível de esperança de que (as espécies) não precisarão se extinguir, mesmo que tenham sido completamente eliminadas de seu habitat", acrescentou.
Este é o caso do rinoceronte branco do norte, um dos dois primeiros animais incluídos no "zoo de células-tronco" de Ryder.
A espécie conta com apenas sete espécimes vivos, todos mantidos em cativeiro, dois deles em San Diego.
Os cientistas também isolaram células-tronco de um primata criticamente ameaçado, denominado dril, considerado geneticamente um primo próximo dos humanos.
Em cativeiro, os dris costumam sofrer de diabetes, doença que os cientistas tentam tratar em humanos com terapias de células-tronco.
A equipe de Ryder coletou células da pele e outras amostras de tecido de mais de 800 espécies - armazenadas em um "zoo congelado" - em 2006.
Foi quando ele fez contato com Jeanne Loring, professora do Instituto de Pesquisas Scripps, em La Jolla, perto de San Diego, e outra chefe da pesquisa. Ele queria saber a possibilidade de usar o banco para gerar e armazenar células-tronco.
Na época, cientistas que buscavam usar células-tronco para tratar doenças humanas ainda não tinham descoberto uma técnica confiável para transformar células adultas normais em células-tronco que pudessem dar origem a quase todos os tipos de tecidos e células do corpo.
Hoje, no entanto, este processo - chamado pluripotência induzida - é frequentemente alcançado ao se inserir certos genes em células normais.
A princípio, Ryder e Loring tentaram usar genes de animais com parentesco próximo às espécies-alvo, de forma a provocar a transformação, mas os experimentos fracassaram.
Por tentativa e erro, no entanto, eles descobriram para seu espanto que os mesmos genes que induzem a pluripotência em humanos também funcionavam no dril e no rinoceronte.
Segundo o estudo, publicado na edição dominical da revista Nature Methods, o processo revelou-se ineficaz, uma vez que gerou apenas poucas células-tronco por vez. Mas foi suficiente para dar início ao "zoo de células-tronco".
Talvez o maior potencial em ajudar espécies ameaçadas - além do tratamento de doenças - sejam novas estratégias reprodutivas.
Se células-tronco adultas podem dar origem a espermatozóides ou óvulos, por exemplo, os cientistas poderiam, então, usar células da pele congeladas de animais mortos no "Zoo Congelado" para produzir gametas masculino e feminino e dar origem a uma nova vida.
As células-tronco induzidas poderiam ser combinadas com os óvulos de animais vivos através de fertilização in vitro.
Outra alternativa seria que tanto os óvulos quanto os espermatozóides poderiam ser gerados de células-tronco e os embriões resultantes poderiam ser implantados em animais hospedeiros, um processo que os cientistas dizem ser muito mais confiável do que as técnicas de clonagem.
"Eu acho que o trabalho será muito mais fácil, do ponto de vista ético, com espécies ameaçadas do que com humanos", afirmou Loring em um comunicado.
"Suspeito que algumas pessoas que trabalham nesta área adorariam fazer experimentos com nossas células", acrescentou.
Tais técnicas também ajudariam a impulsionar a diversidade genética, ao incrementar o pequeno número de indivíduos vivos de uma espécie reduzida, explicou.
Mesmo que os rinocerontes brancos do norte se reproduzam - o que não acontece há anos - a pequena piscina genética pode, facilmente, gerar animais não saudáveis.