Projeto de lei prevê criar Dia do Peixe-Boi em Aracati

Iniciativa em Aracati propõe que se considere o peixe-boi marinho um símbolo de conservação da biodiversidade

A aquasis realiza trabalho de conscientização nas
 comunidades litorâneas para salvar o animal marinho

A escolha de Aracati para esse movimento de política ambiental não é aleatória: o litoral do Município é uma das principais áreas de convivência do Trichechus manatus manatus, ou peixe-boi marinho - inclusive com registro de encalhe desses animais. O projeto encaminhado aos vereadores de Aracati propõe que se considere esse mamífero marinho um símbolo de conservação e de proteção da biodiversidade. São conhecidas duas espécies: a do peixe-boi marinho da Flórida, e a das Antilhas (encontrada no Brasil).

O mamífero está ameaçado de extinção, assim como
outras espécies marinhas. Se não forem tomadas
medidas sustentáveis  e urgentes, pode ser
 o fim deste animal nas zonas litorâneas


A equipe da Campanha de Educação Ambiental do Projeto Manatí conseguiu apoio dos vereadores de Aracati para transformar o peixe-boi marinho em Patrimônio Natural do Município. A intenção é instituir o dia 4 de outubro como o "Dia do Peixe-Boi", mesma data em que se comemora o Dia de São Francisco de Assis e o Dia Internacional dos Animais. O Projeto Manatí é coordenado pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), que tem sede em Caucaia e é uma das maiores referências em estudos de Biologia Marinha e de preservação de espécies no litoral do Ceará.

Área de convivência

De acordo com a bióloga Katherine Choi, da Aquasis, várias ações podem ser promovidas ensejando o Dia do Peixe-Boi Marinho: campanhas de proteção nos seus habitats (estuários, rios e zona costeira), evitando ou coibindo atividades que possam causar danos aos mesmo; promoção do turismo em função de ser a cidade que tem o mamífero marinho como um patrimônio tombado; articulação com entidades científicas e preservacionistas, visando estudos e conscientização popular.

E fica uma oportunidade para o dia municipal: realização de eventos culturais, esportivos, ambientais e turísticos para promover a conservação da espécie. Também pode fortalecer o debate social sobre a conservação e a proteção da biodiversidade. Nisto tudo, as escolas serão grandes aliadas. O Município de Aracati também começa a ter adesão do poder público, via Câmara Municipal, para campanhas ambientais que antes só os povos do mar e diversas ONGs parceiras desenvolviam.

Mas essa campanha de adesão dos poderes constituídos não é apenas complementar, mas uma estratégia de urgência, conforme ambientalistas. O fato: o peixe-boi marinho está ameaçado de extinção, assim como outras espécies marinhas e aves migratórias. Se não forem tomadas medidas fortes e sustentáveis, pode ser o fim. E como na natureza tudo está constituído em uma cadeia alimentar, a extinção de espécies animais e vegetais, bem como destruição dos seus berçários, vai afetar diretamente o homem.

Estima-se que, na zona costeira brasileira (especialmente entre Alagoas e Amapá), existam tão somente cerca de 500 peixes-bois marinhos. "É um número muito pequeno. E Aracati está dentro da área de encalhe do peixe-boi. O Município registra alguns objetos de pesca que são perigosos para o encalhe. As campanhas começam a sensibilizar a população para a preservação desse animal", afirma a bióloga Cristine Negrão, da Aquasis". A baixa densidade gera outros riscos para esses mamíferos: Uma pequena população que se reproduza muito entre si, o que eleva o nível de consanguinidade, aumenta as chances de gerar um problema genético, a chamada endogamia. Então, se um peixe-boi não produz um determinado tipo de proteína, pode passar essa característica para os seus desdencentes. Os biólogos da Aquasis têm acompanhado as pequenas populações desse mamífero no litoral de Icapuí, para se avaliar o nível de consanguinidade.

Neste ano, houve resgate de aproximadamente 40 mamíferos marinhos, dos quais um era filhote de peixe-boi. Em 2010, foram resgatados outros quatro dessa espécie. Conforme já foi informado em edição passada do Bem Estar Animal, o encalhe de golfinhos é um dos mais frequentes. Em 2010, foram registrados 74 casos nas praias do Ceará. É uma média de três encalhes a cada duas semanas.

Para evitar o encalhe de mamíferos marinhos, bem como facilitar a reabilitação desses animais, a Aquasis capacita moradores e ambientalistas dos Municípios da zona costeira para o senso de preservação e proteção. Em Icapuí, são as ONGs Igarakuê, Associação Aratu e a Fundação Brasil Cidadão, que naquele Município apoia o projeto Mulheres de Corpo e Alga, já abordada em matéria deste Caderno. Em Aracati, um importante ponto de apoio é a ONG Recicriança, na localidade dos Estevão, em Canoa Quebrada.

Uma das atividades recentes da Aquasis é o projeto "Extinção Zero no Ceará", com o objetivo de proteger a biodiversidade marinha por meio de processos de conservação das espécies mais ameaçadas.

As prioridades são: o peixe-boi marinho e aves migratórias (Litoral Leste e Extremo Oeste), o boto-cinza (zona costeira da Região Metropolitana), o periquito-cara-suja (Maciço de Baturité), e o Soldadinho-do-Araripe (Chapada do Araripe).A preocupação de ambientalistas ganha força nos movimentos dos povos do mar e chega aos poderes públicos que os representam. Um bom exemplo é o projeto de lei que tramita para a criação do "Dia do Peixe-Boi" em Aracati. A Câmara Municipal aprovou a ideia em documento recomendando a Prefeitura Municipal a retorná-lo em forma de projeto de lei que possa ser aprovado. Com isso, o mamífero marinho com maior risco de extinção no litoral brasileiro ganha uma data própria para as campanhas de educação ambiental em seu nome.

MAIS INFORMAÇÕES

Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis)
Praia de Iparana, Caucaia - Município da Região Metropolitana de Fortaleza
Telefone: (85) 3318.4911
Colaborador: Melquíades Júnior


CSA prepara profissionais para combater poluição no mar

O Centro de Simulação Aquaviária (CSA), do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), realizará mais uma série cursos de Combate à Poluição Nível 1 (OPRC-1), e de Combate à Poluição Nível 2(OPRC-2), a partir do dia 13 de junho de 2011. O CSA é considerado um dos mais modernos centros do gênero no mundo e presta serviços a empresas brasileiras e estrangeiras, certificando pessoal, equipamentos e instalações portuárias.
Com o reconhecimento da OPRC, Oil Pollution Response Coordinator, da Organização Marítima Internacional (IMO), o curso busca desenvolver conhecimentos das diferentes estratégias e técnicas que devem ser utilizadas durante uma emergência de combate a poluição por óleo.
No nível 1, o profissional terá conhecimento dos riscos e dificuldades que envolvem as operações de combate à poluição por hidrocarbonetos. No nível 2, o aluno terá contato com as tarefas gerenciais de um Supervisor do evento de combate à poluição e com tarefas responsável On Scene (supervisor responsável por estar no local do vazamento).
Essa capacitação contará com o simulador de Combate à Poluição do CSA, chamando PISCES (Potential Incident Simulation, Control and Evaluation System), na fase de gerenciamento e planejamento de tais operações. Este simulador gera informação para o cálculo de número de equipamentos a serem usados no combate a poluição por hidrocarbonetos, além de simular mais de 300 tipos de óleos existentes no mundo, combatendo a poluição em qualquer meio hídrico existente no planeta. A aplicação é desenvolvida para suportar exercícios focados em respostas a derrames.
Desde 2008, os cursos de combate à poluição já capacitaram 66 profissionais das maiores empresas de petróleo, como a Petrobrás e outras companhias petrolíferas. Segundo o CSA, o curso é destinado aos Oficiais da Marinha Mercante, de qualquer especialização ou função a bordo; Coordenadores e Supervisores de Plataformas, Terminais de Carga e Descarga e Abastecimento de petróleo e derivados; Supervisores de equipes de Empresas de Combate a Poluição; Gestores de QSMS (Gestão em Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde do Trabalho) e Técnicos em QSMS; Operadores de Plataformas e Terminais Marítimos; Supervisores de Equipe e Funcionários de Órgãos Ambientais; pessoas da área de Logística e todos os demais envolvidos em atividades de riscos de poluição ambiental.
 
Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail secretaria@fhm.org.br ou pelo telefone (21) 3125-7600, ramal 7642. Para ver a relação completa de cursos e/ou fazer sua pré-inscrição, acesse o site http://www.csaq.org.br/site/cursos
 
Institucional - Localizado no Rio de Janeiro e considerado um dos mais modernos centros de simulação do mundo, o CSA é o braço de treinamento e qualificação do Sindmar, entidade que representa os profissionais da marinha mercante (não militares), que tripulam e comandam os navios de bandeira nacional, incluindo petroleiros, porta contêineres, graneleiros e embarcações de apoio às plataformas de petróleo.
Implantado em 2006, com recursos de R$ 9 milhões, o CSA tem certificado portos e instalações portuárias, e qualificado tripulações, brasileiras e estrangeiras, para todo tipo de embarcações, inclusive plataformas. Em 2010, certificou o Porto de Vitória e de Ponta da Madeira, em Itaqui (MA) para receber o ValeMax, o maior graneleiro do mundo, encomendado pela Vale. Entre os trabalhos realizados no ano passado está a certificação da expansão do Terminal de Contêineres da Margem Direita (Tecondi) do Porto de Santos.

-Estreia no dia 8 de junho, às 23h, para marcar as comemorações pela semana do meio ambiente, a série Extinções, da TV Brasil.

RIO


 
O episódio de abertura é  a Onça Pintada, uma produção nacional que apresenta a história de Lenda, uma jovem fêmea que vive isolada e cercada por fazendas no Parque Nacional das Emas, em Goiás. O programa vai mostrar a luta do animal pela sobrevivência da espécie.
A produção, que no ano passado alcançou a maior audiência da TV francesa, teve patrocínio da Tetra Park. A série completa tem seis episódios e cada um trata de uma espécie ameaçada de risco de extinção: urso polar, orangotango, guepardo, elefante asiático, tigre e a onça pintada. Todos foram filmados em seus habitats naturais.

Leia mais sobre esse assunto em:  http://oglobo.globo.com/ciencia

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Cão levado por tornado volta para casa

Mascote encontrou o caminho de volta mesmo bastante ferido.

No início do mês, o Estado norte-americano de Alabama sofreu inúmeras perdas por conta de uma série de tornados que assolaram a região. O fenômeno é considerado pelas autoridades um dos piores das últimas seis décadas.
Em Joplin, no Missouri, mais de 230 pessoas estão desaparecidas e 130 foram mortas. Entre os desaparecidos, um cãozinho sumido por 20 dias conseguiu encontrar o caminho de volta para casa mesmo com as duas patas dianteiras quebradas.

Maus-tratos a elefantes preocupam líderes políticos

Representantes se reuniram em Nova Delhi para aprovar código de proteção

AP
Um condutor atravessa a rua montado
 em seu elefante, em Nova Delhi,  Índia,
onde representantes de oito países se reuniram
 para votar código de proteção aos animais.


Representantes de oito países com grande população de elefantes fecharam um acordo nesta semana para proteger os animais de maus tratos e caça. Participaram Tailândia, Sri Lanka, Indonésia, Índia, Botswana, Congo, Kenya e Tanzânia.
Ministros do meio-ambiente e oficiais da Ásia e da  África, reunidos em Nova Delhi, na Índia, aproveitaram para fazer um convite às outras 50 nações com número pequeno de elefantes para que se juntem ao programa em dois anos para também compartilharem o código de proteção a estes animais.
Durante a reunião, foram reveladas algumas acusações de ameaças ao habitat dos elefantes, como minas explosivas, crescimento urbano desenfreado e desmatamento.
Embora as ameaças aos elefantes não sejam tão gritantes quando as que os tigres enfrentam, o rápido declínio da população preocupa líderes como o ministro do meio ambiente da Índia, Jairam Ramesh, que aponta que em menos de um século, o número de elefantes na Ásia caiu em 50%.



Com informações da AP